sexta-feira, 19 de julho de 2013

.:Comédia (sem graça) da vida privada:.



Os amigos mais próximos sabem da minha aversão por pessoas que fazem stand up comedy  da vida dos outros. Eu sempre falo que fulano (a) é a pessoa stand up. Referência que eu criei para classificar essas criaturas e o meu nível de ódio na escala de indesejáveis.

Pois bem, meu trauma advém de uma cena terrível que presenciei. Uma pessoa stand up achincalhava um rapaz na frente de um grupo (alguns chamariam de builyng, porque está na moda, né?), por conta de uma paixão platônica, manjada por geral do ambiente corporativo e NO MEIO DO CAFÉ DA MANHÃ. Sim, o negócio era manjado e foi jogado no ventilador no meio do café da manhã. Penso que o momento por si só dispensava o stand up. Mas, não. Foi um bafafá, uma série de piadinhas infames sobre a dor de coração alheia e a capacidade do rapazote de ser coagido pelo sentimento incrustado há tempos. Foi triste, pra não dizer deprimente.
A partir daí, a comediante foi banida da minha vida (e das redes sociais, por um bom tempo). Não gosto e desconfio de quem precisa fazer piada da vida do outro pra ser aceito, pra se sentir legal ou engraçado. Dá vontade de mandar na lata “Tem espelho em casa não, ô cidadão?”. Narcisão.

Acredito que tirar um sarrinho do corte de cabelo, fazer brincadeiras com a calça listrada da moda, dar aquela zoada no estilo “acordei e saí na rua”, pode rolar. Com quem você tem intimidade para tal. Com quem te quer bem o suficiente pra não mandar um soco na tua cara. E é preciso ter uma medida, nessa linha tênue entre brincadeira e sacanagem, para não fazer o outro se trancar e chorar 3 horas no banheiro da firma (da escola ou de casa, mesmo). Não tenho esse 'termômetro', então evito. Não gosto de brincadeirinhas que subjugam uma pessoa por estar acima do peso, ser careca, vesgo, cego, corno ou maneta e sei lá o que mais neste mundo de imperfeições. Às vezes, são condições (físicas ou não) que resultam de uma situação que você desconhece. E aí, não cabe o monólogo engraçadão.
Pense, repense: Você não está sendo legal, está sendo cruel e babaca. E esquecendo o principal, aquilo que vê todo dia, nos espelhos da vida: os próprios defeitos. 



"Ele é o bom, é o bom, é o bom..."
(Acha que é...)

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Sou aquela que dança quando a música acaba.